😢 O que é revitimização?
A revitimização acontece quando alguém que já passou por um trauma é exposto novamente a situações que reacendem a dor, seja em ambientes públicos, em relações pessoais ou até em espaços institucionais.
Não se trata apenas de lembrar — é reviver o trauma. Esse processo pode trazer consequências sérias, tanto emocionais quanto físicas, que impactam a vida cotidiana e a recuperação da vítima.
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🧠 Como o trauma afeta o cérebro
Estudos mostram que experiências traumáticas alteram circuitos ligados ao medo, memória e regulação emocional — em especial a amígdala, o hipocampo e o córtex pré-frontal (Bremner, 2006).
Essas mudanças explicam por que lembranças traumáticas podem ressurgir com intensidade mesmo muitos anos depois. Entre os principais efeitos estão:
👉 Maior reatividade emocional
👉 Dificuldade de autorregulação
👉 Alterações na memória contextual
👉 Déficits de atenção e foco
👉 Queda na produtividade
Além disso, o trauma pode modificar o funcionamento do sistema de estresse, alterando os níveis de cortisol e aumentando os riscos de ansiedade, depressão e doenças psicossomáticas (Meewisse et al., 2007).
⚠️ As consequências da revitimização
Quando a vítima é reexposta de forma desrespeitosa ou sensacionalista, o impacto pode ser devastador. A revitimização está associada a:
• Agravamento de ansiedade e depressão
• Reforço de memórias traumáticas
• Maior risco de uso de substâncias
• Menor adesão a tratamentos
• Mais internações psiquiátricas
• Persistência de sintomas de TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático)
Um estudo de Campbell et al. (2022) mostra que esse processo pode até levar ao abandono do tratamento, o que dificulta ainda mais a recuperação.
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📌 Um exemplo atual
O caso recente envolvendo a influenciadora Bel Peres, citada em um vídeo viral, mostra como a forma de falar sobre traumas pode ferir tanto quanto o fato em si.
Denúncias são fundamentais, mas a forma de expor histórias sensíveis pode proteger ou ferir ainda mais quem já sofreu.
🌱 Como falar de traumas sem revitimizar?
Para reduzir danos e promover acolhimento, algumas práticas são essenciais:
1️⃣ Priorizar a segurança e o consentimento da pessoa envolvida
2️⃣ Evitar detalhes desnecessários ou sensacionalistas
3️⃣ Usar uma linguagem acolhedora e respeitosa
4️⃣ Encaminhar a vítima para suporte profissional especializado
5️⃣ Mídia e influenciadores devem buscar orientação psicológica antes de expor histórias delicadas
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💡 Caminhos terapêuticos para superar um trauma psicológico
Superar um trauma exige acompanhamento especializado. Felizmente, há terapias baseadas em evidências que podem ajudar:
🌟 Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): considerada padrão-ouro no tratamento de traumas, ansiedade e depressão.
🌟 Psicologia Positiva: promove resiliência, bem-estar e propósito de vida.
🌟 Hipnose clínica: recurso complementar que auxilia na ressignificação de memórias traumáticas.
🌟 Mindfulness (atenção plena): melhora a regulação emocional e reduz sintomas de estresse.
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👩⚕️ Psicóloga em Gravataí e atendimento online para todo o mundo
Atendo presencialmente em Gravataí/RS 🏡 para quem prefere o contato direto no consultório. Em casos mais graves de TEPT, bem como casos de acompanhamento para crianças e adolescentes, priorizo o atendimento presencial.
Mas se você é adulto e está em outra cidade ou até em outro país 🌍, também pode ser atendido online, com a mesma eficácia e acolhimento.
A terapia é um espaço seguro para ressignificar dores, recuperar a confiança e reconstruir a vida com autonomia e saúde emocional.
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✨ Dê o primeiro passo para superar o trauma
Você não precisa enfrentar essa dor sozinho(a). 💛
O trauma faz parte da sua história, mas não precisa determinar o seu futuro.
🌿 Se você sente que o passado ainda grita em você, entre em contato comigo.
Juntos, podemos trabalhar para silenciar a dor, fortalecer a sua resiliência e abrir espaço para uma vida com mais paz, propósito e liberdade.
📚 Referências
• Bremner, J. D. (2006). Traumatic stress: effects on the brain. Dialogues in Clinical Neuroscience, 8(4), 445–461.
• Hayes, J. P., Vanelzakker, M. B., & Shin, L. M. (2012). Emotion and cognition interactions in PTSD. Frontiers in Integrative Neuroscience, 6, 89.
• Meewisse, M. L., Reitsma, J. B., de Vries, G. J., Gersons, B. P. R., & Olff, M. (2007). Cortisol and post-traumatic stress disorder in adults: systematic review and meta-analysis. The British Journal of Psychiatry, 191(5), 387–392.
• Aupperle, R. L., Melrose, A. J., Stein, N., et al. (2015). A quantitative meta-analysis of neurocognitive functioning in PTSD. Psychological Bulletin, 141(1), 105–140.
• Mueller, S., et al. (2020). Executive functions in trauma-exposed youth: a meta-analysis. European Journal of Psychotraumatology.
• Kindt, M., Soeter, M., & Vervliet, B. (2021). Consolidation/reconsolidation therapies for PTSD: a systematic review and meta-analysis. European Journal of Psychotraumatology, 12.
• Campbell, R., et al. (2022). A qualitative synthesis of patients’ experiences of re-traumatization in mental health settings. Journal of Psychiatric and Mental Health Nursing.